Nota Política da CNUJC – CONTRA A INTERVENÇÃO DO COMITÊ CENTRAL NA JUVENTUDE! EM DEFESA DO XVII CONGRESSO (EXTRAORDINÁRIO) E DA RECONSTRUÇÃO REVOLUCIONÁRIA DO PCB!

Nota Política da CNUJC – CONTRA A INTERVENÇÃO DO COMITÊ CENTRAL NA JUVENTUDE! EM DEFESA DO XVII CONGRESSO (EXTRAORDINÁRIO) E DA RECONSTRUÇÃO REVOLUCIONÁRIA DO PCB!
Nota Política - Coordenação Nacional da UJC – EM DEFESA DO XVII CONGRESSO (EXTRAORDINÁRIO) E DA RECONSTRUÇÃO REVOLUCIONÁRIA DO PCB!

CONTRA A INTERVENÇÃO DO COMITÊ CENTRAL NA JUVENTUDE!

EM DEFESA DO XVII CONGRESSO (EXTRAORDINÁRIO) E DA RECONSTRUÇÃO REVOLUCIONÁRIA DO PCB!

O Partido Comunista Brasileiro enfrenta a sua mais profunda crise das últimas três décadas. Essa crise não apenas impacta diretamente o partido em si, como também os coletivos, a corrente sindical e a juventude. A Coordenação Nacional da União da Juventude Comunista vem a público expressar sua posição diante dessa situação.

Na noite do dia 11 de agosto e pela manhã do dia 12, durante uma reunião extraordinária da Coordenação Nacional da UJC, fomos surpreendidos com diversas expulsões sumárias sem provas contra os militantes eleitos em Congresso Nacional da juventude realizado em 2022. Foram expulsos diversos dirigentes dos estados de Pernambuco, São Paulo, Distrito Federal, dentre outras tentativas em outros estados. A Comissão Executiva Nacional, composta por membros eleitos sem destaques no IX Congresso Nacional da UJC e referendada pelo Comitê Central na ocasião, teve 4 de seus 8 membros expulsos. Frente a essa intervenção arbitrária e mandonista: NÃO RECONHECEMOS AS EXPULSÕES REALIZADAS PELO COMITÊ CENTRAL DO PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO!

A Comissão Nacional de Juventude, por meio do Secretário Nacional de Juventude do Comitê Central do PCB, após os processos escusos de expulsões e após permanecer durante toda reunião da CNUJC, inclusive fazendo falas, enviou o seguinte comunicado no momento dos encaminhamentos:

“Camaradas, como secretário nacional de juventude do PCB venho por este comunicar que não reconheceremos qualquer deliberação feita neste espaço por membros que utilizaram espaços escusos para infiltrar fração em nossa organização. Reconhecemos um pleno de militantes eleitos em congresso respaldados pelas bases em sua autonomia relativa que só veio a ser a Coordenação Nacional da UJC tendo em vista sua aprovação de sua composição e nominata pelo pleno do comitê central. Havendo exposto isso a CNJ encaminhará link para reunião às 14h30, para militantes legítimos da UJC possam organizar suas críticas e proposições para superação de nossas contradições.”

Após o secretário de juventude se retirar da reunião, cerca de 10% dos membros optaram por saírem da instância, a CNUJC se manteve, em sua maioria, presente para os encaminhamentos onde deliberou-se com ampla maioria (30 votos a favor contra 5 votos contrários) pela publicação dessa nota. Ademais, aprovamos por consenso o debate em nossa militância, sem restrição de críticas e a revelia do veto de discussão do comitê central, bem como à reversão das expulsões!

Ora camaradas, não foi o Comitê Central que nos elegeu no congresso da juventude e não será ele que nos destituirá. A CN UJC se mantém firme em sua tarefa de condução nacional e não reconhece qualquer tentativa golpista, sem direito de defesa e sem provas, de destituição! As bases da UJC nos elegeram e são elas que devem decidir o rumo da juventude e não uma camarilha do comitê central que age à revelia de nosso estatuto e resoluções congressuais! 

Na última semana, diversos núcleos e centenas de militantes já se posicionaram junto às suas Coordenações Regionais. Notavelmente, as juventudes de treze estados (Pernambuco, Rondônia, Rio Grande do Norte, São Paulo, Pará, Amazonas, Acre, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Amapá e Minas Gerais) compartilharam suas avaliações, sendo que todas, exceto os camaradas de Goiás, se manifestaram favoravelmente ao XVII Congresso (Extraordinário) do PCB e à Reconstrução Revolucionária do nosso partido. Diante dessa conjuntura, a CNUJC não poderia permanecer em silêncio.

Foi proposta, no interior do organismo dirigente nacional da UJC, a convocação de um Pleno Extraordinário para o dia 12 de agosto. Essa proposta foi aprovada pela maioria dos membros do organismo, resultando na adoção da posição que agora tornamos pública. Desde o princípio, nosso esforço tem sido assegurar que a posição da UJC Brasil não seja apenas resultado das opiniões dos seus dirigentes, mas sim uma posição construída a partir de um processo de síntese nacional. Entretanto, conforme supracitado, fomos surpreendidos com expulsões golpistas às vésperas e durante a nossa reunião, que se propunha a construir a síntese nacional da crise que hoje passa o movimento comunista no brasil. 

Trazer a público as críticas e avaliações que fazemos aqui não significa que nos consideramos perfeitos. Ainda podemos avançar muito na nossa democracia interna, em nosso trabalho de massas e em nosso trabalho de direção. Se, por um lado, os últimos dois Congressos da UJC foram confirmações da linha revolucionária em todos os aspectos, por outro lado ainda há muito o que melhorar. No entanto, entendemos que para essas correções serem possíveis o momento exige de nós uma posição firme como a que esperamos apresentar aqui.

A crise que estamos enfrentando não se iniciou este ano. Ela é fruto de contradições e divergências ideológicas que vêm se acumulando de maneira desorganizada desde, pelo menos, o XVI Congresso do PCB, e agora explodem na forma de uma cisão. Se a luta entre as diferentes opiniões políticas tivesse sido mantida no âmbito da luta ideológica, é certo que esse processo teria contribuído para fortalecer o partido, unificando-o e tornando-o mais preparado. Infelizmente, não foi isso que ocorreu.

A crise se aprofunda com a publicação por parte do camarada Ivan Pinheiro de seu texto “Ainda sobre a Plataforma Mundial Antiimperialista”, criticando a nossa atuação junto da PMAI e a situação interna do Comitê Central que levou a isso, e com a resposta que deu o Comitê Central. A maioria do CC, em vez de aproveitar o erro para explorar suas causas e iniciar um necessário processo de autocrítica dos nossos erros políticos, que não se limitam à questão internacional, optou por agravar a crise. 

Inicialmente, proibiu a juventude e os coletivos de participarem do debate. Membros da maioria do Comitê Central foram a público falar que estes organismos do complexo partidário não eram compostos de militantes e, portanto, não deveriam se envolver nas questões partidárias. As notas políticas internas e externas do Comitê Central e seus membros não abordaram as questões centrais e limitavam-se a difamar e perseguir aqueles que identificavam como inimigos internos. Já no Pleno do Comitê Central de 08 e 09 de julho, o camarada Jones Manoel foi expulso das tarefas de direção que cumpria. A perseguição culminou com as expulsões de Gabriel Landi, Gabriel Lazzari, Ana Karen, Jones Manoel e Ivan Pinheiro das fileiras do Partido Comunista Brasileiro, no último dia 30.

O desvio na questão internacional, porém, não foi um raio em céu azul, assim como a perseguição política também não foi. O cerne dessa disputa é a própria Reconstrução Revolucionária do PCB. Desde o alinhamento quase que automático ao PSOL nas eleições burguesas nos últimos cinco anos até o fechamento (e não-abertura) de espaços internos de debate, vemos os princípios que nos permitiram salvar o Partido em 1992 na luta contra o liquidacionismo sendo colocados em risco.

No decorrer dessa crise, surgiu uma palavra de ordem de forma espontânea: a defesa do XVII Congresso (Extraordinário) do PCB, com a participação de todo o complexo partidário (coletivos, juventude e corrente sindical). Essa foi a maior demonstração de que ainda era possível travar uma batalha pela unidade. Apesar disso, o Comitê Central optou por encerrar esta possibilidade. Hoje, chega ao ponto de considerar que a agitação, mesmo que interna, pelo XVII Congresso é adesão ao fraccionismo, passível de expulsão imediata, o que vem produzindo dezenas de desligamentos nos estados e cidades. Essa replicação da perseguição pelos Comitês Regionais havia sido prometida e, infelizmente, está sendo concretizada.

Neste cenário, não temos outra alternativa. Se o Comitê Central quer tornar impossível a opção pela unidade dos comunistas no Brasil, o passo necessário para a construção de um partido revolucionário do proletariado em nosso país, teremos que torná-la inevitável. A Coordenação Nacional da União da Juventude Comunista declara sem hesitação: somos favoráveis à construção do XVII Congresso (Extraordinário) do PCB e empregaremos todos os esforços para defender a Reconstrução Revolucionária de nosso partido.

Essa posição foi formada após semanas de reflexão e debate interno, envolvendo desde a base até as direções. Respondemos ao chamado dos camaradas das Coordenações Regionais e dos núcleos, que legitimamente exigiram uma posição nossa. Nosso silêncio até este momento tinha a intenção de garantir o debate interno e a formulação coletiva até onde fosse possível.

A Coordenação Nacional da UJC não reconhecerá as intervenções e expulsões nos estados e núcleos que manifestem sua posição, seja publicamente ou internamente. Confiamos que a União da Juventude Comunista em todo o país também adotará essa postura, assegurando o devido apoio àqueles que compreendem a necessidade de lutar pela defesa de nosso partido.

Camaradas, a luta que enfrentamos não é simples. Entretanto, temos convicção que os comunistas brasileiros atravessarão esse processo e sairão dele fortalecidos, unificados com base nos princípios do marxismo-leninismo, e com uma capacidade renovada e ampliada de trabalhar entre as massas. A construção de um partido revolucionário é condição fundamental para dirigir a revolução e, neste momento, esperamos fazer a nossa parte.

NÃO RECONHECIMENTO DA EXPULSÃO DOS MILITANTES DA UJC!
EM DEFESA DO XVII CONGRESSO (EXTRAORDINÁRIO) DO PCB!
EM DEFESA DA RECONSTRUÇÃO REVOLUCIONÁRIA DO PCB!
EM DEFESA DO IX CONGRESSO NACIONAL DA UJC!