23 anos da privatização da Companhia Vale do Rio Doce

23 anos da privatização da Companhia Vale do Rio Doce

23 anos da privatização da Companhia Vale do Rio Doce

Fundada em 1942, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) foi uma das empresas estatais criadas por Getúlio Vargas, na mira do desenvolvimento nacional com a atuação do Estado em setores estratégicos. Nesse período também foi fundada a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e, anos antes, criada a Petrobrás.

A CVRD passou por diversas fases da História do Brasil. Desde períodos democráticos até a ditadura empresarial-militar, mas se mantendo como empresa estatal e se fortalecendo cada vez mais. Segundo a constituição de 1988 os recursos do subsolo e a exploração de minério é de exclusividade da União.

A onda neoliberal que atingiu o Brasil nos anos 1990 colocou esse modelo em xeque, sendo a privatização da CVRD um caso emblemático. A construção do mito que perdura até hoje de que empresas públicas são corruptas, ineficientes e dão “prejuízo” em oposição à uma suposta transparência, eficiência e lucratividade do setor privado, deu suporte necessário para a opinião pública aceitar sua privatização.

Assim, em 06/05/1997, após 55 anos de existência no setor público, a CVRD em uma única martelada passou seu controle acionário ao setor privado. A CVRD tinha à época valor estimado de R$ 70 bilhões, no entanto o valor pago na privatização somou apenas R$ 3,3 bilhões. Um crime de lesa pátria!

Além da venda a preços baixíssimos, o controle do setor de mineração passou ao capital privado e sua orientação agora estava voltada à geração de lucros e não mais aos interesses nacionais.
A antiga CVRD, agora denominada somente Vale, após a privatização esteve envolvida em denúncias de trabalho escravo e corrupção. A empresa também foi uma das grandes financiadoras de campanhas políticas.

Mais recentemente o que mais chamou atenção foram os desastres de Mariana e Brumadinho, onde milhares de trabalhadoras e trabalhadores perderam suas vidas ou tiveram seus lares destruídos.

A manutenção das barragens foi negligenciada até que suas estruturas se rompessem Existem mais dezenas de barragens em situação similar pelo Brasil.

Não se pode chamar de “acidente” a tragédia que foi provocada pelo desejo de maximização dos lucros!